Browsing by Author "Duarte, S."
Now showing 1 - 3 of 3
Results Per Page
Sort Options
- Auditoria à prática profilática e incidência de náuseas e vómitos pós-operatórios (NVPO)Publication . Mota, A.; Saraiva, A.; Duarte, S.; Pereira, F.; Araújo, M.; Amadeu, E.Introdução: As NVPO são uma das principais queixas dos doentes do pós-operatório. Este trabalho teve como objetivo registar a prática farmacológica para profilaxia de NVPO em cirurgia programada e avaliar a sua eficácia. Metodologia: Incluídos todos os doentes submetidos a cirurgia programada das especialidades de Cirurgia Geral, Urologia e Cirurgia Vascular entre 3 e 21 de Dezembro de 2012. Excluídos se alta<24horas(h), pós-operatório no Serviço Cuidados Intensivos/ Intermédios ou impossível acesso aos registos. Tendo como modelos o Score Apfel Simplificado e as recomendações para cirurgia de ambulatório(1) (Tabela 1), a profilaxia instituída foi dividida em adequada, a mais ou a menos; avaliação da ocorrência de NVPO na Unidade Cuidados Pós-Anestésicos e às 24h (registos anestésicos e entrevista). Resultados apresentados em percentagem. Aplicação teste qui quadrado com p<0,05 para significância. Resultados: Avaliados 255 doentes (excluídos 68, incluídos 187). Com 0-1 fator risco (FR) 34%, 2 FR 45%, 3-4 FR 21%. A profilaxia foi adequada em 53% dos doentes, a mais em 16% e a menos em 31%. Incidência total de NVPO - 22% (24% no grupo de doentes que fez profilaxia adequada e 20% no grupo de profilaxia inadequada (p=0.35012)). Neste último grupo 13% realizaram profilaxia a mais e 24% a menos. Resultados da incidência de NVPO por fator de risco na tabela 2. A incidência de NVPO por FR nos doentes com profilaxia adequada foi menor ou igual em todos os grupos em relação ao previsto no Score Apfel simplicado(1,2). No grupo que fez profilaxia inadequada, esta foi a menos principalmente no grupo de 2 FR, com 71% de NVPO; e foi a mais essencialmente no grupo com 1 FR (4 doentes, todos com NVPO). Incidência menor com anestesia locoregional (ALR) vs anestesia geral (AG) (13% vs 27%) (p<0.001). Discussão e Conclusões: A profilaxia foi adequada, segundo as recomendações para cirurgia de ambulatório, em cerca de metade dos doentes. Apesar da profilaxia adequada, nos grupos de FR 1 e 2 não houve redução da incidência de NVPO comparando com a prevista pelo score de Apfel, alertando para a importância de outros fatores de risco não previstos neste score e que estas recomendações poderão ser insuficientes para a profilaxia de NVPO em cirurgia em regime de internamento. A incidência de NVPO foi menor com ALR vs AG, corroborando a ALR como melhor opção em doentes de risco de NVPO (1,2). Estes resultados salientam a importância da adoção de estratégias para redução do risco basal.
- Estenose da artéria renal em Pediatria - a propósito de um caso clínicoPublication . Duarte, S.; Marçal, M.; Antunes, M.; Teixeira, A.; Anjos, R.; Rodrigues, G.A hipertensão renovascular representa 5 a 25% dos casos de hipertensão arterial (HTA) na criança e adolescente. Por ser uma causa tratável de HTA, é importante o diagnóstico atempado e a precocidade do tratamento, reduzindo as complicações decorrentes de uma HTA mantida. Apresenta-se o caso clínico de uma jovem de 16 anos com antecedentes de enxaqueca que recorreu a uma consulta de Pediatria por agravamento das cefaleias. No exame físico observou-se um valor muito elevado de pressão arterial (170/110 mmHg, superior ao percentil 95), que se manteve nos dias seguintes, em controlo ambulatório. O eco-Doppler abdominal e renal foi considerado normal e analiticamente destacava-se hipercolesterolemia e aumento da actividade da renina plasmática (20,2 ng/mL/h para valor referência de 0,2-0,3 ng/mL/h). Realizou angio-tomografia computorizada (angio-TC) abdominal que identificou estenose grave da artéria renal direita. Foi medicada com atenolol sem controlo da HTA. A arteriografia renal confirmou uma estenose grave da artéria renal direita (estenose de 70%). Foi realizada de imediato angioplastia desta artéria, com normalização do aspecto angiográfico. A medicação foi reduzida progressivamente e três semanas depois estava assintomática, com pressão arterial normal, suspendendo a terapêutica anti-hipertensiva. A avaliação seis meses após a dilatação mostrou pressão arterial normal. Neste caso clínico destaca-se a importância da suspeição clínica da estenose da artéria renal pelo quadro clínico e idade da doente, que fundamentou a realização de angio-TC apesar do eco-Doppler renal não ser conclusivo. O tempo decorrido do diagnóstico até ao tratamento cirúrgico foi curto, e em menos de dois meses a doente ficou assintomática e com pressão arterial normal, dispensando o uso de anti-hipertensores a longo prazo. ABSTRACT Renovascular hypertension accounts for 5 to 25% of all causes of child and adolescent arterial hypertension. Being a treatable cause of hypertension, early diagnosis and prompt treatment are important to reduce long term complications related to persistent high blood pressure. The authors report a case study of a 16 year-old girl with known migraine, who was referred to a paediatric consultation for worsening headache. Physical examination was normal except for a very high blood pressure (170/110 mmHg, above the 95th percentile), which persisted in the following days at ambulatory control. Abdominal and renal echo-Doppler were described as normal and laboratory studies revealed hypercholesterolemia and high plasmatic renin activity (20,2 ng/ mL/h for a reference of 0,2-0,3 ng/mL/h). Abdominal angio-CT showed severe narrowing of the right renal artery. She was prescribed atenolol without full control of blood pressure. A right renal arteriography confi rmed a 70% stenosis and immediate angioplasty was performed. The procedure was well succeeded and a final angiogram revealed resolution of the stenosis. She was kept on atenolol with progressive lower dosage. Three weeks later she had no complaints and blood pressure was normal. Six months after the intervention she remained asymptomatic and with normal blood pressure without any anti-hypertensive drug therapy. In this case report we highlight the importance of clinical suspicion of renal artery stenosis in our patient, based on age and clinical presentation. This suspicion justified the request of abdominal angio-CT even with an inconclusive echo-Doppler. We achieved a rapid diagnosis and treatment. Two months after first consultation the patient was asymptomatic and blood pressure was normal, avoiding lifelong medication.
- Janela Aortopulmonar - Uma Causa Rara de Insuficiência Cardíaca Congestiva em LactentePublication . Marçal, M.; Duarte, S.; Mendes, P.; Teixeira, A.; Rodrigues, R.; Abecasis, M.; Anjos, R.; Martins, M.RESUMO A janela aortopulmonar é uma cardiopatia congénita rara, em que se verifica uma comunicação entre a aorta ascendente e a artéria pulmonar, com aparelhos valvulares distintos. Em 50% dos casos coexistem outros defeitos cardíacos. As manifestações clínicas são inespecíficas e geralmente precoces, traduzidas por sinais e sintomas de insuficiência cardíaca, comuns a outras situações de shunt esquerdo-direito. Apresenta-se o caso clínico de um recém-nascido, sem antecedentes familiares e pessoais relevantes, com quadro de insuficiência cardíaca congestiva que se manifestou na segunda semana de vida. Inicialmente, foi efectuado por telemedicina o diagnóstico de comunicação interventricular não restritiva e persistência de canal arterial pelo que iniciou terapêutica diurética endovenosa. Por persistência do quadro, apesar da terapêutica médica instituída, foi transferido para um centro de Cardiologia Pediátrica onde foi efectuado o diagnóstico definitivo: janela aortopulmonar com malposição dos grandes vasos, associada a comunicação interventricular, comunicação interauricular e persistência de canal arterial. Foi submetido a correcção cirúrgica total ao vigésimo terceiro dia de vida, com evolução favorável. Este caso é relevante pela sua raridade (encontrámos apenas um caso descrito de janela aortopulmonar associado a malposição dos grandes vasos) e por alertar para a importância de considerar hipóteses de diagnóstico mais raras perante um quadro de insuficiência cardíaca congestiva refractário à terapêutica médica, ainda que coexistam outros defeitos cardíacos.
